Auxílio transporte não tem reajuste há 5 anos, dizem bombeiros do Estado do Rio de Janeiro.

      A imagem nesta quinta-feira (7) do cabo do Corpo de Bombeiros Altamiro Rodrigues da Cruz Júnior que decidiu caminhar 30 quilômetros para participar de um treinamento coloca em questão o valor pago como auxílio transporte aos bombeiros — R$ 100. Sem dinheiro, Cruz, que mora na Ilha do Governador, precisava se deslocar até Niterói, na Região Metropolitana do Rio, para um treinamento.

      De acordo com o presidente da Associação dos Bombeiros do Rio de Janeiro (ABMERJ), Mesac Eflaín, o valor pago pelo governo não é reajustado há cinco anos e não cobre nem a escala normal dos bombeiros.

     “Os bombeiros recebem há cinco anos R$ 100, esse valor não compreende nem mesmo a escala normal de serviço. Nenhum bombeiro gasta apenas R$ 100 para ir trabalhar, nem de gasolina e nem de passagem de ônibus. Se o valor não compreende nem a escala normal, quem dirá a escala extra, como a campanha de combate ao mosquito aedes aegypti que os bombeiros têm que participar e os cursos de treinamento”, afirmou Eflaín.

    O presidente da ABMERJ classificou o episódio da caminhada do cabo Cruz como "humilhante". “A Associação dos Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro lamenta esse episódio porque é humilhante pra nós bombeiros passar por essa situação”, afirmou.

     Ainda segundo a associação, o comando do quartel enviou um carro para buscar o cabo Cruz já quando ele estava nos acessos à Ponte Rio-Niterói e o levou até Niterói. O caso repercutiu na mídia e nas redes sociais.

Pagamento dos servidores

     O governo do estado admitiu que só deve pagar parte do salários dos servidores no décimo dia útil deste mês. Como mostrou o Bom Dia Rio nesta sexta-feira (8), o governador em exercício Francisco Dornelles estuda a possibilidade de depositar integralmente os salários apenas dos trabalhadores de serviços considerados essenciais, como os militares, agentes penitenciários e professores.

      Dornelles vai se reunir nesta sexta-feira (8) com a equipe econômica do estado para tratar do pagamento dos salários de março dos servidores ativos, inativos e pensionistas. Trinta e três categorias estão em greve.